CIDADANIA

Tolerância, ética, o outro, o outro lado da questão, aceitar, são palavras de quem tem abertura moral.

Numa perspectiva de vida que se pretende saudável não pode coexistir conceitos como apartheid, racismo, segregação racial, fascismo, descriminação, nazismo.

O movimento de apartheid mais conhecido, e que foi levado a um extremo chocante, é o que aconteceu na África do Sul.

Apartheid significa «vida separada» e foi adoptada em 1948 na África do Sul, para explicar a supremacia da raça branca sobre a raça negra ou não branca.

Placa na praia em Durban que indica "área de banho para integrantes do grupo branco", em Inglês, em Africaner e Zulu (1989)

O apartheid foi implementado por lei e todas as restrições tinham força de lei. Aparentemente reconheciam os negros como sendo inferiores ou "diferentes demais" para serem tratados de forma igual.

Foi implementado a Lei do Passe, em que todos os negros precisavam de ter um livre-trânsito, para circular dentro do seu próprio país, a fim de poderem procurar ou obter emprego.

Nelson Mandela ex-presidente da África do Sul, era advogado, e foi um dos grandes mártires e acusado de terrorista por ser um activista contra este sistema de vida implementado na sua terra natal. (ver filme sobre o apartheid Cry Freedom ou Grita Liberdade com Denzel Washington) filme baseado em factos reais, muito dramático mas que relata a problemática do racismo.

Presidente da África do Sul Mandato: 27 de Abril de 1994 – 1999 Vice-presidente Frederik Willem de Klerk
Thabo Mbeki Precedido por: Frederik Willem de Klerk Sucedido por: Thabo Mbeki Nascimento: 18 de Julho de 1918 (90 anos)
Qunu, África do Sul Partido político: Congresso Nacional Africano Profissão: Advogado

Felizmente na África de sul fez-se justiça, mas só em 1989, com F.W de Klerk, foi abolido o apartheid, e a ele sucedeu Nelson Mandela.

Pelo mundo houve outras formas de segregação social, como por exemplo o nazismo de Hitler.

Um filme que retrata também muito bem este modo de vida é um filme também baseado em factos verídicos, " A Lista de Schindler".

Estes são dois exemplos extremistas da falta de ética moral.

Mas ética moral deverá também estar presente nos procedimentos profissionais e, daí, existirem códigos de ética deontológicos, que são regras de conduta para as mais variadas profissões.

Ética: reflexão sobre a moral, sobre a conduta humana, ou seja, sobre os valores e princípios que devemos escolher de modo a termos uma orientação definida e coerente para ver o outro e a nós próprios. Do grego “ethiké” ou do latim “ethica” (ciência relativa aos costumes), ética é o domínio da filosofia que tem por objectivo o juízo de apreciação que distingue o bem e o mal, o comportamento correcto e o incorrecto.

Deontologia: estudo dos deveres especiais de uma situação, particularmente dos deveres das diversas profissões

(Do gr. déon, déontos, «o dever» + lógos, «tratado» +-ia)

Normalmente estes códigos estão nas profissões liberais. Código deontológico dos médicos, da administração pública (esta ultima numa forma de esboço), código deontológico dos farmacêuticos, dos jornalistas.

O desempenho da profissão deve obedecer a princípios, tais como o princípio da urbanidade, do segredo profissional, da lealdade para com os clientes, para com a comunidade e para com os colegas, visando assim a realização da justiça. A actuação deve caracterizar-se pela rectidão moral, pela seriedade e pela honestidade.

No meu caso, o código de conduta moral está estabelecido no estatuto disciplinar dos funcionários públicos, onde estão estabelecidos os princípios fundamentais, como por exemplo o dever de lealdade, de sigilo, de assiduidade, de zelo, de informar…

Outros valores que são muito importantes na minha profissão, são a simpatia, justiça e rigor. Simpatia, porque lido com muitos utentes que se dirigem àquele serviço para obter muitas vezes informação ou para proceder à regularização das suas contas, como por exemplo, pagamento de água. Justiça, porque caso eu por qualquer motivo tenha me enganado a fazer as contas e por exemplo, levar o cliente a pagar mais do que devia, terei de corrigir o meu erro e dar razão ao cliente ou ser honesta e dar-lhe conta do meu erro. Rigor, porque as contas têm de estar certas ao cêntimo no fim do dia, quando fechamos as contas.

Ao meu balcão, vêm todas as pessoas, portuguesas e estrangeiras, procuro transmitir com o mesmo empenho a informação e ser simpática e prestável. Devo dizer, que muitas vezes sou um elemento que faz de tradutora entre os clientes estrangeiros e os meus colegas de taxas e licença, porque não dominam a língua inglesa, que é a mais usada por todos. Alguns clientes, procuram de imediato por mim, para os ajudar, pois sabem que eu consigo percebê-los e sou por assim dizer, um elo de ligação entre os serviços e os clientes.

Estes valores são importantes.

A abertura moral torna-nos mais humanos, mais pessoas.

Considero-me uma pessoa com abertura moral para com os meus vizinhos, familiares, colegas e pessoas ao meu redor. No meu serviço atendo do mesmo modo quer às pessoas do concelho, quer as pessoas de oriundas de outros países e culturas.

Procuro transmitir esse conceito, esse modo de estar na vida às minhas filhas e tenho conseguido. São filhas que comunicam com todas as pessoas, quer sejam portuguesas ou não, quer sejam de cor ou não, e têm um sentido de acolhimento fantástico.

Portanto, identifico valores democráticos, sou tolerante na minha conduta pessoal, falo com todos não faço distinções de pessoas, e sou receptiva a conhecer novas culturas, diferentes formas de estar na vida. Nasci e convivi, com tantas culturas em Moçambique, tinha amigos de todas as culturas, quando vim para Portugal, fui viver para Penela, e depressa simpatizei com as crianças que eram de certa forma desprezadas, situação que ainda hoje não compreendo. Lembro por exemplo, de uma menina a quem era chamada de Lurdinhas do Farol, que vivia distante da parte urbana de Penela, a mãe fazia queijo de cabra e fazia chegar o leite de cabra às casas das pessoas. O leite era transportado, num cântaro de zinco e vendido de porta em porta e essa menina vinha acompanhar a mãe. Ela era muito magrinha e tinha o cheiro dos animais que tomava conta. Andava na minha escola e eu adorava-a e zangava-me com os outros porque estavam sempre a chamar-lhe nomes. Há dois/três anos atrás, fui a Penela, colocar umas flores na campa dos meus avós maternos, e eis que esta Lurdinhas, hoje mulher, claro está, aos gritos pela rua fora, a chamar por mim…fartei-me de chorar abraçada a ela! Continua a ser uma pessoa simples e parecíamos crianças a tentar por as nossas vidas em dia!

Bibliografia

https://alistadeschindler.com/

https://pt.wikipedia.org/wiki/F._W._de_Klerk

https://osfilmescinema.blogspot.com/2008/12/grita-liberdade-cry-freedom.html